segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Antonio da Costa Santos


Biografia

Filho de portugueses, Antonio da Costa Santos, conhecido como Toninho do PT, nasceu em Campinas em março de 1952 e era filiado ao PT, desde a fundação do partido.

Em 1969, Toninho conclui o ensino médio após estudar no Colégio Ave Maria e nas escolas Carlos Gomes e Ataliba Nogueira, em Campinas. Antonio da Costa Santos formou-se em Arquitetura em 1974 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo (USP). Desde então, seu trabalho esteve voltado para os movimentos populares e envolveu-se na implantação de vários centros comunitários. Seu ideal era desenvolver o projeto de uma Campinas mais humana, com lugar para todos, sem distinção.

Foi vice-prefeito de Campinas entre 1989 e 1992, período durante o qual ocupou também a Secretaria de Obras.

Toninho elegeu-se prefeito de Campinas (a terceira maior do estado de São Paulo, com mais de um milhão de habitantes), no segundo turno de 2000, com 60% dos votos, pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

Foi assassinado nas imediações da Rodovia D. Pedro I, na Avenida Projetada, na noite do dia 10 de setembro de 2001.

Ele era casado com Roseana Moraes Garcia e deixou uma filha, Marina Garcia Costa Santos.

Crime

Assassinado a tiros em 10 de setembro de 2001, Toninho estava há apenas oito meses no cargo de prefeito de Campinas.

Sua atuação contra o crime organizado e as reduções em até 40% nos valores pagos em contratos a empresas de serviços como merenda escolar e limpeza urbana, somadas à insistência do prefeito em desalojar casas para a ampliação do aeroporto de Viracopos lhe renderam várias ameaças – o que reforça a hipótese de crime político.

Um inquérito policial concluiu que o prefeito, durante uma viagem que fazia de automóvel, foi morto sem nenhum motivo além do fato de cruzar por acaso com um bando de criminosos que na ocasião passava pelo local. O carro do prefeito teria inadvertidamente fechado o veículo dos bandidos e por causa disso eles atiraram na direção do prefeito. A última das três balas atingiu Toninho na artéria aorta, matando-o instantaneamente.

Minutos antes, ele passara em uma loja de um shopping para retirar roupas que havia comprado.

A família de Toninho não se conformou com o resultado do inquérito policial e pediu novas investigações. Os familiares do prefeito morto acreditam que o crime teve motivação política, bem como colegas de partido como José Genoíno, que declarou na ocasião que o assassinato de Toninho fora motivado por suas enérgicas ações contra o narcotráfico campineiro.

Curiosamente, no dia de sua morte, Toninho teve um mau pressentimento. Num discurso no Palácio dos Jequitibás, a sede da Prefeitura de Campinas, ele reafirmou que, caso algo lhe acontecesse, a primeira pessoa a assumir o cargo seria sua vice-prefeita, Izalene Tiene.


Luta

No período entre 1978 a 1985, como arquiteto deu apoio ao movimento chamado Assembléia do Povo, que tinha como objetivo urbanizar todas as favelas de Campinas. Ainda em 1985, participou da fundação da Organização Não Governamental (ONG) Associação Febre Amarela, dedicada às questões relacionadas ao meio ambiente.

Com base na experiência do movimento Assembléia do Povo, em 1985, defendeu sua dissertação de mestrado na Escola de Engenharia da USP em São Carlos. Foi assim que, em 1993, ingressou no doutorado da FAU-USP. Nesse curso, desenvolveu uma análise teórica sobre as experiências concreta que teve em Campinas, principalmente as ligadas com obras públicas e na relação das empreiteiras com o poder público.

Em 1988 foi candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Jacó Bittar. A vitória nas eleições colocou Toninho na pasta de Obras e Planejamento Urbano. Sua intenção, naquele momento, era colocar em prática toda sua concepção de cidade, relação com as empreiteiras, a produção de espaço urbano, os movimentos populares, as demandas da periferia e favelas. Permaneceu nesse cargo por um ano e meio.

Em 1996 sai candidato pela primeira vez a prefeito de Campinas, mas não chegou ao segundo turno. A vitória viria quatro anos depois, em 2000.

Ao longo de sua trajetória política e profissional, liderou uma série de movimentos em defesa da recuperação do patrimônio histórico da cidade. Assumiu importantes projetos de tombamentos de vários edifícios que hoje fazem parte do patrimônio histórico de Campinas. Entre eles, o complexo da antiga Estação da Fepasa, hoje Estação Cultura, a Catedral, o antigo prédio de Cine Clube Vitória e a sua própria casa, a Tulha, na avenida Arlindo Joaquim de Lemos, no Jardim Proença. Em 1986, Toninho pediu o tombamento da Casa da Tulha no Patrimônio Histórico de São Paulo. Em função disso, conseguiu, em 1987, a criação do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico de Campinas.